Uma pinguim da espécie Humboldt, que vive no Jurong Bird Park, em Singapura, e que desde o ano têm vindo a perder todas as penas do corpo, está a adaptar-se a um fato de surfista feito especialmente para ela para que possa continuar a nadar. A utilização do fato faz parte de programa holístico de tratamento, que inclui ainda o uso medicamentos que ajudem as penas a crescer saudavelmente.
Belle, assim se chama a pinguim, tem 10 anos e desde o ano passado que sofre de queda anormal de penas, que rapidamente se espalhou do pescoço para o resto do corpo. A mudança de penas é um ciclo normal nas aves, ocorrendo uma vez por ano e sempre antes da época de acasalamento. Quando os pinguins não mudam de penas, estas começam a desgastar-se e a expor a penugem e a pele. São raros os casos em que estes animais ficam totalmente sem penas, estando na sua origem situações de stress, infecções ou desequilíbrios hormonal, como aconteceu com Belle. Nestes períodos, os pinguins não entram na água porque não conseguem nada. As penas protegem-os do frio, mas também os ajuda a flutuar. Por isso, alguns técnicos do Jurong Bird Park lembraram-se de adaptar um fato de surfismo, que Belle já utilizada há cerca de dois meses.
“Durante a pesquisa que fizemos, ficámos a saber que a Academia Californiana de Ciências, em São Francisco, e o Marwell Wildlife, no Reino Unido, têm tido resultados muito satisfatórios na utilização destes fatos em pinguins que têm uma perda total das penas. Estes fatos funcionam como uma espécie de cobertura natural, protegendo-os do frio e e da água”, explica, em comunicado, Angelina Lopes, uma das técnicas envolvidas no tratamento de Belle.
Os resultados até agora obtidos têm sido bastante satisfatórios. Já começaram a nascer penas no pescoço e no peito. Segundo a veterinária do parque, Melodiya Magno, a boa adaptação ao fato e a medicação estão a contribuir para a melhoria de Belle. Desde que ficou doente, Belle foi afastada dos restantes pinguins, uma vez que não acolhiam bem. Uma reacção normal entre as colónias, uma vez que um pinguim doente é um autêntico chamariz para os predadores. Agora, com o seu novo fato, Belle já nada diariamente 20 minutos junto dos seus companheiros. “Ela parece muito mais feliz, mais confiante e recupera o seu comportamento habitual”, sublinha a médica veterinária.
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